segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A minha casa

a minha casa é a maior do mundo, sempre foi... Não tem tanto espaço como as casas grandes, mas é Grande. Não tem jardim, a natureza está em nós. Os hospedes ficam na sala, mas o número dos quartos é esse mesmo que lá está. Nos corredores a relatividade reina, é que a árvore de natal era maior que eu faz uns bons anos e agora a mesma árvore de natal está mais pequena. Mas se o tamanho está no espírito o que importa então? Até acho que ela já está maior do que aquilo que o tecto lhe permite. O sofá também diminui, às vezes não cabemos todos. mas por contrapartida, quantos mais somos maior ele fica. A mesa da cozinha também cresce... quando estamos seis.
A minha casa é versátil. Ela vira do avesso. Na minha casa a parte de dentro fica no lado de fora quando não estamos lá dentro.
Na minha casa há uma coisa que sempre faltou... a água que não chega para saciar ninguém.
Na minha casa há mais amigos que amigos há no mundo.
Em minha casa cabem mundos, cada quarto tem um mundo. Em minha casa o universo cabe lá inteiro e ainda sobra espaço para mais.
Em minha casa há mais portas do que aquelas que podemos ver. As portas em minha casa não servem para fechar.
Em minha casa as fotografias passeiam com memórias e são muito bem vindas.
Em minha casa as paredes também tem lágrimas, mas gostamos delas na mesma. os sorrisos nascem sempre que olhamos as lágrimas passadas e conseguem disfarçar muito bem essas imperfeições do papel de parede.
Em minha casa nós somos maiores que o tamanho que ela aparenta ter, mas cabemos na perfeição
A minha casa cresce sempre que entra mais um!

2 comentários:

Diogo Godinho disse...

Fantástico. Tem musicalidade, fluência textual e fluêncial de ideias. É um texto bastante creativo onde confluem realidades quase inconcebíveis. A linguagem é simples, mas eficaz.

cecilia barreira disse...

Escrita de qualidade com demasiadas interjeições. Parabéns.
Cecília