quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O homem esquisito vivia com a melancolia. Todos os dias à noite conversavam em silêncio. O olhar de ambos arrastava-se pelo pó da casa. Florescia à sua volta a saudade das palavras. Tocavam-se num abraço cálido. Os seus gestos espraiavam entre paredes cansadas de existência. Eram água os seus pensamentos numa corrente incontrolável. O desencanto íntimo entre o ser e o existir. Gerberas e magnólias cerram a luz da casa. O homem esquisito despediu-se e tirou férias da vida.