No dia 24 de Março de 2011, na rua de Santa Catarina, estava um casal de adolescentes beijando-se imóveis, qual estátuas humanas. O resto das pessoas circulavam atarefadas, desviando-se dos jovens que, às vezes, levavam algumas cotoveladas apressadas.
No entanto, nada parecia perturbá-los. A verdade é que eles não estavam ali. Estavam noutro lugar, noutro tempo, onde os minutos são horas e as ruas são desertas. Mais ninguém partilhava da mesma realidade. (eu sei porque já lá estive também)
Por três vezes passei por eles, para cima e para baixo, também eu atarefada, e eles lá estavam, imóveis, como se o tempo não passasse. Lembrando que na verdade o tempo é arte, o tempo é beleza e a Terra o lugar para amar.
Naquele local, estava na verdade, outra dimensão. E eles eram o portal para esse universo paralelo: a coexistência de vários mundos no mesmo espaço e tempo.
Ali, naquela mesma rua onde, há poucos meses, outro casal, mais velho talvez, fora espancado pelas mesmas razões: integrarem a dimensão do amor na dimensão quotidiana. Isto é a verdadeira arte. Amada, odiada ou ignorada. Mais espontânea, mais automática, mais filosófica e hormonal do que a arte contemporânea em geral. Mas poesia pura, dança, cinema, fotografia, música, uma pintura subversiva, a revolução dramática do amor em que a rua é o palco e o quotidiano a audiência
dedicado a José Argüelles, falecido no dia anterior, 23-03-2011, não viveu para conhecer o 2012, que descanse em paz
dedicado também aos meus professores de dança, poesia e teatro. Obrigada por me darem asas para sonhar. Respectivamente, Yola Pinto, Rosa Maria Martelo e Alexandra Moreira da Silva
e, claro, também agradeço ao casal pela partilha
No entanto, nada parecia perturbá-los. A verdade é que eles não estavam ali. Estavam noutro lugar, noutro tempo, onde os minutos são horas e as ruas são desertas. Mais ninguém partilhava da mesma realidade. (eu sei porque já lá estive também)
Por três vezes passei por eles, para cima e para baixo, também eu atarefada, e eles lá estavam, imóveis, como se o tempo não passasse. Lembrando que na verdade o tempo é arte, o tempo é beleza e a Terra o lugar para amar.
Naquele local, estava na verdade, outra dimensão. E eles eram o portal para esse universo paralelo: a coexistência de vários mundos no mesmo espaço e tempo.
Ali, naquela mesma rua onde, há poucos meses, outro casal, mais velho talvez, fora espancado pelas mesmas razões: integrarem a dimensão do amor na dimensão quotidiana. Isto é a verdadeira arte. Amada, odiada ou ignorada. Mais espontânea, mais automática, mais filosófica e hormonal do que a arte contemporânea em geral. Mas poesia pura, dança, cinema, fotografia, música, uma pintura subversiva, a revolução dramática do amor em que a rua é o palco e o quotidiano a audiência
dedicado a José Argüelles, falecido no dia anterior, 23-03-2011, não viveu para conhecer o 2012, que descanse em paz
dedicado também aos meus professores de dança, poesia e teatro. Obrigada por me darem asas para sonhar. Respectivamente, Yola Pinto, Rosa Maria Martelo e Alexandra Moreira da Silva
e, claro, também agradeço ao casal pela partilha
1 comentários:
Escrita límpida.
Cecília
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