quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Revolto-me

e cruzo dedos tento esquecer
faço votos de indiferença sobre
o vai vém de lixo podre, literatura mínima
não literatura, planos de escrita de
e para a figura fashion, a elite
a cereja na mijordice do bolo o snack
trincado e depois cuspido, essa qualquer
coisa no escaparate, literatura rosa, branca pálida
de ausente cor, desse amontoado de esquiços no wc pertinente
dessa fast literature, o poeta da florzinha e do pássaro
da literatura reproduzida no orgasmo Gutemberg, Grito:
a maquinaria industrial tric trac como uma peça de vestíbulo
não reciclável entulho prévio fossa de ideias
aberrante
colóquio de Marias e Margaridas
Sim, sois vós a camada grossa do literato abéculo
do burburinho na obra, da velha mete-nariz, o amante adúltero
e teenagers coca-cola clichés em profundidade básica
Abomino
os que ainda fazem os que estão para fazer
o romance perfeito hollywood nas entrelinhas
em manhattan brooklyn bridge mais-que-perfeita
edénica estupidez estética reality show
sensacionalismo abrupto Irrompo
para acatar ao senso crítico
elaborado nas torres do córtex
aprumo de meditações
no declinar
do poema contemporâneo.

6 comentários:

Olga disse...

Excelente, Diogo.

Rita disse...

Adorei, Diogo.

Diogo Godinho disse...

Desculpem não era para ofender ninguém, mas sim criticar as Marias e Margaridas R. P. que existem no panorama literário português.

Obrigado ;)

SombraEfémera disse...

muito bom, é assim mesmo.

cecilia barreira disse...

Diogo, publica mais. Este poema é excelente. Cecília.

Ana Valente disse...

Excelente!