sábado, 17 de dezembro de 2011

o poema

Anexei-te ao poema e deu nisso:


Primeiro foi um verso que estava a mais. E a rima, confesso, era despropositada.

sábado, 10 de dezembro de 2011

O último romance

Já tinha o que era preciso para escrever um livro. Procurei durante o sempre em que existi, a ideia, sem ter a ideia de que caminhava com ela, lado a lado. Para chegar ao que sempre em mim sabia. Sabia que era feita dela, que era por ela que me movia, movia-me com ela, dela. Já a eras antes de te ter, mas houve o dia em que ela teve a tua pele.
Tenho tudo para escrever um livro, faltam-me ás páginas feitas das árvores dos nossos sonhos, faltam-me as palavras de que és feito e que ninguém inventou.O meu romance é feito de todas as páginas em branco. Não irei termina-lo, continuarei a escreve-lo no sítio onde as páginas são numeradas de números que estão depois do infinito.
Não nos amamos para sermos entendidos, nem tão pouco para sermos palavras.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

° Estação Harajuku °: WORLD JUMPER É O NOVO FÓRUM ONLINE JAPONÊS

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LACA

Laca não é nome de bicho
nem de mulher tampouco.
Também não é um caminho
nem nome de terra perdida.
Espirra com força isso sim
põe-me os cabelos em pé.
Envaidece-me quanto baste
une-me os fios um a um.
Conduz-me a ti meu amor
porque hoje sim
dei-me à luz para ti.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Desfiz-me dos livro

Desfiz-me dos livros que li, sem pudor. Que me importa se a Madame Bovary continua a cair no mesmo erro? Ou que o Holocausto tenha sido um dos maiores crimes da humanidade? Sartre enoja-me  e Sofi Oksanem talvez tenha merecido o prémio Femina. 


(Nunca te encontro.)


Os livros, por ler, estão espalhados pelo chão do quarto. Ligo a televisão. Qualquer enredo com final feliz me parecerá menos odioso. Mais ficcional. Menos tu. 

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Partes

As persianas partiram-se,
as roldanas que prendiam as persianas partiram-se,
os espelhos do teu vizinho partiram-se,
as do meu, também;

houveram frios e tempestades que se partiram
que fizeram tudo partir-se,
que fizeram as casas partir-se
as telhas partir-se
as vigas partir-se
a terra toda partida;

as avós também partiram
a verdura dos teus olhos partiu,
todas as mães partiram

os autocarros as esquinas
os bairros no fim das avenidas,
em ruído, tudo partiu,

e tu também. Partiste.