sábado, 13 de outubro de 2012

o final da rua

Não comprava tabaco na mercearia do lado, ia até final da rua para ver as prostitutas a fumar cigarros, só porque sabiam fumá-los como ninguém. pintados de vermelho nas pontas, tinham unhas vermelhas para segurá-los. e no fim, eram o fumo naquele fim de rua a saberem os segredos de todas as suas putas. eram o cheiro na ponta dos dedos e a pele de todos aqueles em quem tocavam. eram o fumo nos pulmões de quem mais tarde solta suspiros e gritos de orgasmos nos ouvidos dos grandes cabrões que fumam cigarros de regresso a casa. 

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