sábado, 15 de outubro de 2011

Impressões de pianista

No silência das trevas...abre-se a tampa...
O mistério começa a alimentar a ânsia...
A luz irá entrar...
Estendo as mãos até às teclas,
Ansiosas por pôr as garras de fora...
Dou um Dó, toco um Ré e sinto um acorde...
Arrepios correm-me de alto a baixo...
E a minha boca desenha um sorriso
Porque aos poucos os portões da luz abrem-se
A sala vazia ganha vida,
As árvores batem nas largas janelas,
E as minhas mãos harmonizam sons...
E cada tecla desperta ânsia
Capaz de ressuscitar almas
E a música ecoa pela sala
Numa sinfonia profunda,
Em que os olhos lacrimejam,
E o coração não sabe se está vivo...
As teclas deixam as mãos dançarem...
De repente, tudo pára
O silêncio das trevas voltou...
Envolve o coração e deixa-o asfixiado
Tudo na sala fica assustador, profundo
E é então que a Luz mostra as garras
Impõe-se perante as Trevas,
E a pausa termina com um toque...
Suaves, os dedos, passeando cada tecla,
Muito devagar, calmamente...
A melodia vai saindo misteriosa...
E as mãos caem nas teclas pesadamente
E inicia-se uma balada,
Melodicamentre bela,
O meu corpo arrepia-se a cada som
E as mãos terminam a música,
Mas a tampa do piano não se fecha...
Porque a Luz deixou na minha mente
A música a ecoar... para sempre.

( é da minha autoria, toco piano)

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