quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Há um princípio

há uma podridão em devoluto nas circunferências das tuas entranhas,
ruínas de obras a sangue quente, cicatrizas,
plantas dos pés dos textos no prurido de narrativas que envelhecem
rasgas, folhas meio feridas, de dor exangue
apodrecem nos calaboços de bibliotecas.


escreves inscreves, na ardósia do corpo palavra desnuda
sem retórica, métrica livre palavra pura
descomprometida das eras do concreto do tempo
viajas, na pele limas a cal do corpo, percorres a derme
matiz em matiz, matizas
o tatuado nos ossos do cerne
onde tudo se cria, jardins
plantam árvores árvores constroem casas
maçãs semeiam pecados esboças
o roteiro final dessas busca que buscas
e segues procurando, vês, por fim
na clara noite o caos que em ti tudo degenera
e pareces ser o princípio do nada,
verbo.

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